[HISTÓRIA&TRADIÇÃO] ROINARES E VALIRIANOS, a maior de todas as guerras

A queima de Choyane do Roine
Por muitos séculos, os roinares viveram em paz em suas cidades a beira do Roine, o maior rio do mundo ao qual chamavam de Mãe Roine. Embora muitos povos selvagens vivessem nas colinas e florestas ao redor da Mãe Roine, todos sabiam muito bem que era melhor não molestar o povo do rio. E os próprios roinares mostravam pouco interesse em expansão; o rio era o lar deles, sua mãe e seu deus, e poucos desejavam viver além do som de seu canto eterno.

Quando aventureiros, exilados e comerciantes da Cidade Franca de Valíria começaram a se expandir para além das Terras do Longo Verão nos séculos após a queda do Antigo Império de Ghis; os príncipes roinares os aceitaram no início, e seus sacerdotes declararam que todos os homens eram bem-vindos para compartilhar a generosidade da Mãe Roine.

Mas, quando esses primeiros postos avançados valirianos se transformaram em vilas, e essas vilas em cidades, alguns roinares começaram a lamentar a indulgência de seus pais. A amizade deu lugar à inimizade, em especial na parte mais ao sul do rio, onde a antiga cidade de Sar Mell e a cidade murada valiriana de Volon Therys encaravam uma à outra através das águas, e na costa do Mar de Verão, onde a Cidade Livre de Volantis logo rivalizou com o célebre porto de Sarhoy, cada um deles comandando uma das quatro fozes da Mãe Roine.

Disputas entre os cidadãos das cidades rivais tornaram-se cada vez mais comuns e rancorosas, por fim dando origem a uma série de guerras curtas, mas sangrentas.

Os conflitos frequentes atingiram um ápice em 700 a. C, quando três Senhores de Dragões da Cidade Franca de Valíria se juntaram a Volantis na guerra para tentar destruir a cidade portuária roinar de Sarhoy no Mar de Verão, num conflito que ficou conhecido como a Segunda Guerra das Especiarias. Os roinares responderam se unindo ao lado do príncipe Garin de Chroyane para tentar impedir a expansão Valiriana.

Garin liderou um exército roinar de impressionantes 250.000 combatentes, que conquistaram Selhorys, Valysar, e Volon Therys, onde eles derrotaram três dragões com a ajuda de feiticeiros que usavam magia de água.

Pressionada, Volantis apelou para Valíria e em resposta, os Senhores valirianos enviaram não apenas três, mas 300 dragões sobre o Roine. Os roinares não podiam se manter contra os fogos deles. Dezenas de milhares queimaram enquanto outros corriam para o rio, esperando que o abraço da Mãe Roine oferecesse proteção contra fogo de dragão... só para se afogarem nos braços de sua mãe. Alguns cronistas insistem que o fogo queimava tão ardente que até as águas do rio ferveram e se transformaram em vapor. Garin, o Grande, foi capturado vivo e obrigado a ver seu povo sofrer por seu desafio. A mesma misericórdia não foi dada aos seus guerreiros. Os volantinos e seus parentes valirianos os passaram na espada ‒ foram tantos que dizem que o sangue tingiu o grande porto de Volantis de vermelho tão longe quanto o olho podia ver. Depois, os vitoriosos reuniram suas forças e seguiram o rio ao norte, saqueando Sar Mell brutalmente antes de avançar até Chroyane, cidade do príncipe Garin.


Trancado em uma gaiola dourada sob comando dos senhores dos dragões, Garin foi levado de volta à cidade do festival para testemunhar sua destruição.

Em Chroyane, a gaiola foi pendurada nas muralhas, para que o príncipe pudesse testemunhar a escravidão das mulheres e crianças cujos pais e irmãos haviam morrido em sua galante guerra sem esperança... mas o príncipe, dizem, lançou uma maldição sobre seus conquistadores, pedindo à Mãe Roine que vingasse seus filhos. E, então, naquela mesma noite, o Roine teve uma inundação fora de época, com força maior do que conhecido em memória viva. Um nevoeiro grosso, cheio de substâncias malignas desceu sobre a cidade, e os conquistadores valirianos começaram a morrer de escamagris. Dessa história resultou a lenda do Sofrimentos, que nada mais é do que uma porção do Roine e do Lhorulu em torno das ruínas afogadas de Chroyane, onde fica a Ponte dos Sonhos, e que vive sob uma densa névoa e seus habitantes são vagantes, conhecidos como homens de pedra, pessoas infectadas com escamagris.

A princesa Nymeria de Ny Sar vendo o destino de Garin e seu exército, reuniu todos os sobreviventes ao longo do Roine, a maioria mulheres, crianças e velhos e os embarcou em dez mil navios e deixaram Essos para buscar novas terras para viver.

Logo depois de sua partida, a cidade Ghoyan Drohe, no pequeno Roine, foi destruída pelos dragões e outras cidades também foram arrasadas como Ar Noy e Ny Sar!!

Os sobreviventes Roinares que atravessaram a Mar Estreito com Nymeria, se estabeleceram em Dorne, onde recomeçaram suas vidas. Com a destruição das cidades roinares, Valíria garantiu seu domínio total sobre a metade ocidental de Essos, desde o mar estreito até a Baía dos Escravos, e do Mar de Verão até o Mar Tremente, consolidando com fogo e sangue o maior império que já existiu.

Fonte: O Mundo de Gelo e Fogo


Por Luciana Gomes (Rhaenys)

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