[ANÁLISE] DAENERYS TARGARYEN: Diferença entre livro e série [Parte 3]

Texto por: @rainhadaenerys (Tumblr)

Tradução: Mariana Rios

É a partir da quarta temporada que a caracterização de Daenerys começa a ficar diferente de fato. Ela está lutando contra a escravidão como no livro, mas os personagens são outros.

1) Quando Dany chega em Meereen, ela tem que escolher um de seus campeões para enfrenter o campeão da cidade. Nos livros, o escolhido por ela é Belwas, O Forte. E essa é uma escolha inteligente, pois ele não é importante para Dany e ao mesmo tempo pode testar o protetor que Illyrio lhe enviou. Agora, na série ela escolhe Daario como seu campeão, e isso não faz sentido, já que ele era um dos comandantes dela.

Talvez os roteiristas fizeram essa escolha para que pudesse haver um flerte entre Dany e Daario, já que para eles o mais importante era mostrar uma tensão sexual entre os dois, do que ela tomar uma escolha racional.

2) Então, Dany faz seu discurso em frente a cidade, e nos é mostrado que o plano de tomar Meereen envolve os escravos se levantando contra seus senhores. O problema disso, é que nunca é mostrado Dany planejando isso. Nós presumimos que ela foi a responsável pela ideia, mas não é visto assim por muitos dos espectadores, muitos desses espectadores sexistas e que simplesmente assumem que esse plano foi o trabalho dos conselheiros dela. E essas suposições são apoiadas pelo fato de que realmente não foi ela quem planejou o ataque a Yunkai (diferente dos livros, onde todo o plano de ataque vem de Dany). 

A misoginia é certamente parte da razão pela qual as pessoas dizem que Dany é "nada sem seus conselheiros". E a série tem parte de culpa nisso, pois constantemente ela dá as realizações da personagem a seus conselheiros masculinos.

3) A crucificação dos mestres escravagistas de Meereen é algo complicado também nos livros, pois independente do que ela faça, sempre haverá pessoas para criticar, mas na série essa parte foi muito pior. 

Fizeram parecer que Dany escolheu pessoas aleatórias para crucificar. Enquanto nos livros, ela PEDE que os escravos Meereeneses escolham quem será crucificado e pede ESPECIFICAMENTE pelos líderes.

"- Quero os seus líderes" - disse-lhes Dany. - Entreguem -nos, e os demais serão poupados.” - Daenerys VI A Tormenta de Espadas 

4) Mais para frente Hizdahr chega para falar sobre seu pai, como ele era um "bom senhor de escravo", e pede que as pessoas crucificadas sejam derrubadas para serem enterradas. Nos livros, NINGUÉM precisa pedir para Dany derrubar os cadáveres, ela faz isso por SUA própria vontade.

5) Nos livros, a cena em que Dany exila Jorah, ela está decidida a perdoá-lo. Só não o faz porque ele exige que ela o perdoe na frente de toda a corte. Na série, Jorah não exige ser perdoado, e suas ações são menos graves. Nos livros, ele ainda estava espionando Dany em Qarth, e na série não. E o programa enquadra a decisão dela de exilar Jorah como a decisão de alguém que está cometendo um erro.

6)Temos uma cena na série em que Dany está conversando com um velho chamado Fennesz, ele está pedindo para se vender de volta à escravidão. Nesta cena, Dany constantemente interrompe o homem, parecendo impaciente e como se ela não gostasse de ser criticada.
No livro Dany nunca faz isso.
Ela constantemente diz às pessoas que elas são livres para criticá-la:

"- Então o que aconselha, Sor Jorah?
- Não gostará de ouvir.
- Quero ouvir mesmo assim." - Daenerys V A Tormenta de Espadas 

7) Na série, Dany fica muito acima de seus súditos na Grande Pirâmide de Meereen, que a pinta como distante de seu povo. Nos livros, Dany fica no mesmo nível que seus súditos.

8) Dany às vezes usa Missandei como tradutora, algo que Dany nunca faz nos livros porque ela fala a língua de seu povo. Mais uma vez, o programa faz ela parecer incompetente e desrespeita sua caracterização, porque nos livros Daenerys sempre se adapta às culturas ao seu redor.

É neste arco de Meereen onde fizeram Dany ficar mais "fria", mas mesmo tendo suas contradições com o real cânone, nada a faz diferente de outros personagens da história e do mundo onde ela vive. 

Porém, muitos haters usam este momento para tentar usar como justificativa que ela já era "louca" ou que era péssima governante.
Mas não é, qualquer coisa que tente fazê-la péssima neste momento, na verdade não passa de descaracterização.