[HISTÓRIA&TRADIÇÃO] A ASCENSÃO DE VALÍRIA, o maior império que já existiu

Não se sabe exatamente em que momento da história surgiram os primeiros valirianos, mas a ascensão de sua civilização ocorreu alguns séculos depois do aparecimento de um outro império, a Velha Ghis, e tempos depois da Longa Noite. Construída sobre a escravidão, o império da Velha Ghis abrangia as terras em torno da Baía dos Escravos e foi fundado pelo lendário Grazdan, o Grande. Por séculos, esse império reinou soberano, colonizando e subjugando as terras em seu entorno.

Porém, foi na grande península oposta à Baía dos Escravos que se originaram aqueles que deram um fim ao império da Velha Ghis – embora não em todos os aspectos, pois desse império restou reminiscências, cidades como Astapor, Yunkai e Meereen e o desejo de retomar a glória de outrora.

“Abrigados entre as grandes montanhas vulcânicas conhecidas como Catorze Chamas, os valirianos aprenderam a domar dragões e a fazer desses animais a arma de guerra mais temível que o mundo já viu. As histórias que os valirianos reproduziam sobre si mesmos afirmavam que eram descendentes dos dragões e parentes daqueles mesmos animais que agora controlavam. [...] A grande beleza dos valirianos – com o cabelo loiro-prateado ou dourado pálido e olhos em tons de violeta não encontrados em outras pessoas do mundo – é bem conhecida e, em geral, usada como prova de que esse povo não era inteiramente do mesmo sangue dos outros homens. [...]

Os valirianos não tinham reis. Em vez disso, denominavam-se Cidade Franca de Valíria, porque todos os cidadãos que possuíam terra tinham voz. Arcontes podiam ser escolhidos para ajudar na tomada de decisões, mas eram eleitos pelos senhores da Cidade Franca entre seus pares, e só por um tempo limitado. Era raro que Valíria fosse influenciada por uma única família, embora isso não seja inteiramente desconhecido.

As cinco grandes guerras entre a Cidade Franca e a Velha Ghis, quando o mundo era jovem, são matéria-prima para lendas e conflagrações que terminaram todas às vezes com a vitória dos valirianos sobre os ghiscaris. Foi durante a quinta e a última guerra que a Cidade Franca resolveu ter certeza de que não haveria um sexto conflito. As antigas muralhas da Velha Ghis, erguidas em tempos remotos por Grazdan, o Grande, foram arrasadas. As pirâmides colossais, templos e lares foram devastados pelo fogo de dragão. Os campos foram semeados com sal, limão e crânios. Muitos dos ghiscaris foram assassinados, e outros foram escravizados e morreram trabalhando para seus conquistadores. O que restou do velho império, foi integrado ao império valiriano.”

A EXPANSÃO DO IMPÉRIO VALIRIANO

Os valiriano aprenderam a escravidão com os ghiscaris e fizeram dela o grande negócio por detrás de sua guerra de conquista. As montanhas ardentes das Catorze Chamas eram ricas em minérios e os valirianos ansiavam por ele: cobre e estanho para o bronze de suas armas e monumentos; mais tarde, ferro para o aço de suas lâminas lendárias; e sempre ouro e prata para pagar por isso tudo.

Conforme Valíria crescia, a necessidade de minério aumentava, o que levava a mais conquistas para manter as minas abastecidas de escravos, onde muitos pereceram labutando nas minas valirianas. Os valirianos no entanto, se expandiram em todas as direções, estendendo-se para leste e além das cidades ghiscaris, para oeste até o litoral de Essos, onde nem mesmo os ghiscaris haviam feitos incursões.

Essa foi a primeira irrupção do novo império que seria de suma importância para Westeros e os futuros Sete Reinos. Enquanto Valíria conquistava cada vez mais terras e povos, alguns fugiam em busca de segurança, retirando-se antes da maré valiriana. Dentre os povos refugiados, estão os ândalos, que levaram para Westeros o conhecimento sobre o ferro e a Fé dos Sete, além de colonizarem praticamente todo o Sul do continente. Depois destes vieram parte dos roinares que partiram com a Princesa Nymeria de Nyr Sar e se estabeleceram em Dorne depois que Valíria voltou seus olhos para os povos do Roine (o mais poderoso rio do mundo), levando sangue e fogo sobre eles e subjugando-os aos interesses predatórios da Cidade Franca.

Em sua expansão, Valíria fundou ainda um conjunto de cidades conhecidas como Cidades Livres: Lorath, Norvos, Volantis, Lys, Myr, Tyrosh, Pentos, Qohor, todas elas fundadas por motivos distintos, que variam desde fatores religiosos a fatores estritamente comerciais. Algumas histórias afirmam que Lorath e Pentos eram cidades que já existiam, cujo líderes pagavam tributos a Valíria e mantinham o direito de ter um governo nativo. Braavos por sua vez, é a única cidade entre as cidades livres que não foi fundada a partir de interesses valirianos, mas por questões contrárias a eles, já que foi fundada por escravos que se rebelaram e fugiram do controle dos antigos Senhores do Dragão.

Uma vez destruída as civilizações do roine, Valíria reinou soberana sobre Essos e mostrou um claro interesse por Westeros, uma vez que a fundação da cidadela em Pedra do Dragão, futuro lar da Casa Targaryen, data de duzentos anos antes da perdição que destruiu a península e levou o fim ao domínio dos dragões sobre Essos.


Fonte: O Mundo de Gelo e Fogo (História Antiga)